O encontro de pessoas em grupos é um
encontro entre diferentes identidades, ideias, sentimentos e fantasias, com
potencial para crescimento e regeneração do indivíduo e do grupo. No entanto, esse
encontro também envolve um potencial destrutivo. Ele cria conflitos que
requerem mediação e a construção de conexões apropriadas: "pontes de
comunicação".
Para "construir
pontes" de um indivíduo para outro, precisamos reconhecer a existência de
fronteiras entre as pessoas e buscar as formas adequadas de conexão.
Winnicott (1989)
menciona a necessidade de reconhecer os próprios limites do indivíduo para
compreender o outro. Quais sentimentos eu trago automaticamente para um
grupo? O que me atrai ou repele ao me conectar com outros? Durante o
workshop, encorajaremos os membros a investigar, com a ajuda do grupo, suas barreiras,
limitações e predisposições na interação com o outro.
Nitzon (2006)
enfatiza a importância da diferenciação dentro do grupo, permitindo a
integração. "O Quanto eu realmente me abro para os outros? Quanto eu
permito que outros se conectem comigo? De que maneiras eu me manifesto relativamente
ao próximo, e como isso afeta todo o grupo?"
É importante reconhecer e
admitir as diferenças para "construir uma ponte" que seja benéfica e
uma conexão frutífera para ambos os lados.
Dentro do grupo, existe
uma relação dialética entre o anseio de ser flexível em relação às fronteiras
dos outros e o desejo de desafiá-las. Aqui reside um processo de
desenvolvimento de nossa identidade e da identidade do grupo.
Precisamos manter nossas fronteiras
para nos sentirmos seguros; mas também há uma curiosidade inata que nos
impulsiona a "provar os frutos" de outras regiões. Existe sempre um
diálogo aberto e um oculto dentro do grupo sobre os benefícios e os riscos de
"construir pontes".
Este
diálogo será investigado no workshop através de ferramentas expressivas e
criativas (arte, escrita, movimento...) combinadas com compartilhamento grupal
e reflexão psicanalítica .
Criar uma ponte
benéfica para ambos os lados requer habilidades de aprendizado, criatividade,
sensibilidade e flexibilidade em nossas fronteiras. Esta é uma tarefa
importante para todos os seres humanos, especialmente em tempos turbulentos
entre culturas e países; uma função muito significativa para todos os
profissionais que trabalham com psicoterapia, encontrando em nossas práticas
diversas culturas e identidades. Trabalhar com nossas questões de
contratransferência é crucial para melhorar nosso trabalho com clientes.
Palavras-chave: pontes,
fronteiras, conexão, troca, artes.